Encerramento da Semana

IV Semana da Zootecnia recebe docentes, alunos e egressos para apresentação dos temas

Cerca de 380 estudantes participaram das atividades

Nesta quinta-feira, 16 de maio, encerraram-se as atividades da IV Semana da Zootecnia do IFSULDEMINAS - Campus Machado. A programação repleta de atividades, que tiveram início na segunda-feira (13), contou não só com professores para ministrarem as palestras e minicursos, mas também com alunos e egressos da instituição. Esta foi uma das novidades do evento deste ano, durante toda esta quinta-feira, representantes dos grupos de pesquisa do Campus apresentam as experiências e trabalhos conduzidos.

A coordenadora do curso de Zootecnia, Daiane Moreira, explica que as demandas são levantadas pelos alunos que participam da organização do evento, e os temas são definidos na tentativa de contemplar as subáreas da Zootecnia. “Sempre damos preferência para as turmas que já estão mais adiantadas na hora da inscrição nos minicursos, já os alunos mais recentes ocupam as demais vagas”.

Outro diferencial do evento foi a participação de alunos de outros cursos. Com o novo auditório, foi possível ampliar o público da Semana, contemplando alunos da Agronomia e do Técnico em Agropecuária. Ao todo, foram cerca de 380 participantes durante os quatro dias de atividades.

Minicursos e palestras

A manhã da terça-feira (14) contou com a palestra “Aditivos na nutrição das aves”, proferida pela professora Edina de Fátima Aguiar, da Unifenas. Já no período da tarde, José Antônio Dias Garcia, professor do IFSULDEMINAS, falou sobre “Gestação e parto em vacas”.

Egressa do Técnico em Agropecuária e estudante do 1º período de Zootecnia, Kassandra Martins Grilo, participou de todos os dias da Semana. “Gostei muito de todas as palestras, mas algumas me interessam mais, como a “Gestação e parto em vacas”, sobre suínos e sobre avicultura. Várias matérias do curso estão sendo relembradas, como química, manejo e muitas outras”. Ela conta que, após as palestras dos grupos de pesquisa, decidirá qual deles irá participar.

Neste ano, um dos minicursos com maior procura foi "Contenção de Bovinos". De acordo com a coordenadora do evento, como o setor de Bovinocultura de corte é uma novidade no campus atraiu mais interessados do 9º período que não tinham participado de muitos cursos nesta área, o que lotou rápido as primeiras vagas. “Foi uma forma de complementar a formação com atividades que eles não tiveram nos anos anteriores”, disse.

A quarta-feira (15) foi a vez dos minicursos teóricos e práticos. Qualidade do leite, Contenção de bovinos, Criação de peixes em sistemas de recirculação de água, Ambiência e reprodução na cunicultura, Cortes de carne ovina foram os temas ensinados.  

Ana Clara dos Santos Milan está no 3º período de Zootecnia e já conhecia a prática de ordenha. Para ela, o que chamou a atenção foi a cultura na fazenda, a análise que pode ser feita no momento da ordenha e que detecta a presença de doenças no leite, isso reduz custos ao produtor. A aluna se sentiu muito motivada a participar do evento, pois tem trazido muitos conhecimentos. Ela já participou da edição anterior e disse que os minicursos foram os pontos-chave desta edição.

Integrante do Grupo de Estudos GEC, Mariana Gouveia, também estudante do 3ª período de Zootecnia, acompanha o setor de cunicultura há um ano e meio. Para ela, o minicurso nesta área trouxe um aprendizado significativo, aprendeu que não se pode colocar manavalha (pequenos raspas de madeiras) no ninho dos animais, pois prejudica na reprodução. No Simpósio, a estudante também pôde aprender novas tecnologias e se atualizar sobre o que está acontecendo na área. Dentre as palestras ministradas, destacou a do professor José Antônio Dias Garcia sobre “Gestação e parto em vacas”.

Pedro Henrique Guimarães é aluno do Técnico em Agropecuária Subsequente e integrante do Grupo de Estudos em Pecuária do Leite (Gepel). Ele auxiliou nas atividades práticas do minicurso sobre “Qualidade do Leite”, ministrado pela veterinária Ana Paula Ferri Meloto. “Ela trouxe informações importantes sobre diversos aspectos que ajudam a garantir a qualidade do leite, como tipos de mastite, limpeza da vaca, escora corporal, nutrição certa para a produção de leite. Também demonstrou, na prática, o teste da raquete, do CMT e os graus de mastite”.

Apresentação dos grupos de pesquisa

O evento foi encerrado com a apresentação de trabalhos dos grupos de estudos do campus. Para abrir as atividades do dia, a egressa do curso de Zootecnia do Campus Machado e mestranda da UFLA, Thaís Oliveira da Silva, falou sobre “Maximização no desempenho de fêmeas suínas e seu reflexo na longevidade”.

A egressa do IFSULDEMINAS se formou no 9º período, pois foi aprovada no mestrado e já tinha apresentado seu trabalho de conclusão de curso. Além do tema da palestra, Thaís falou sobre a experiência na área de pesquisa, sobre a importância do inglês e de aproveitar ao máximo os conteúdos do curso. Ela foi coordenadora do Grupo de Pesquisa em Suinocultura (Gepes) durante o curso. A participação no grupo motivou Thaís a seguir na área de nutrição em suínos. “Eu sempre gostei muito de nutrição e segui nessa área”.

Suzani Inácio Campos, estudante do último ano de Zootecnia, apresentou um resumo sobre seu trabalho de conclusão do curso “Treinamento de cavalos para a Equoterapia”. Ela faz parte do Núcleo de Estudos (Neace) e contou que, no Brasil, existem muitos centros de equoterapia, porém eles não possuem uma base de pesquisa sobre os animais, as existentes são apenas sobre os resultados alcançados pelos praticantes. Diante desta dificuldade, Suzani desenvolveu uma metodologia própria para os centros e utilizou os métodos desenvolvidos em sua pesquisa. Compartilhou os resultados de seus estudos, concluindo que não há diferença entre os dois métodos de treinamento aplicados na prática da equoterapia, tanto o treinamento antecipado quanto o treinamento momentâneo apresentaram bons resultados.   

Outra estudante que teve oportunidade de compartilhar os conhecimentos do seu trabalho de conclusão de curso foi Ana Paula de Souza, do grupo de estudos Geafor. Ela já terminou toda a prática do trabalho, que ainda está em fase de avaliação estatística, mas preparou uma média dos resultados para compartilhar com os colegas. O objetivo do  trabalho é comparar a estrutura de silagem dos pequenos e grandes produtores. “Queremos entender qual sistema de silagem é melhor, se é a estrutura do pequeno produtor ou do grande, que normalmente tem mais condições. No entanto, verificamos que apesar de o pequeno produtor possuir uma área menor e pouca estrutura, ele produz uma silagem com maior qualidade, pois colhe a planta, acompanha todos os dias, trabalha melhor cada fase e acompanha todo o processo. Já o grande produtor depende da mão de obra, tem um maquinário avançado, mas não há um acompanhamento adequado de todas as fases”, disse.

“Homeopatia: controle de parasitose ovina” foi o tema apresentado pela estudante Michelli Pereira, que participa Grupo de Estudos de Ovino (GEO). Em sua palestra, falou como a ovinocultura é uma atividade largamente explorada, visando sempre a produção sustentável de carne, leite e pêlo. Abordou também as perdas geradas pelo parasitismo gastrintestinal e chegou à conclusão de que a homeopatia é uma opção eficaz no controle parasitário e que tem sido muito recomendada.

Representando o Grupo de Estudos de Suínos (Gepes), o estudante Antônio Marcos Veloso tratou sobre o “Controle automatizado de temperatura para matrizes e leitões na maternidade”. Ele abordou questões relacionadas ao bem-estar das fêmeas e dos leitões, considerando o conforto térmico dos animais para melhor desenvolvimento. Falou ainda sobre técnicas de resfriamento desenvolvidas por um ex-aluno do projeto. Esse método é importante, pois também reduz a ocorrência de doenças e morte dos leitões por hipotermia. As vantagens de fazer o controle automático é que pode proporcionar uma temperatura ideal aos animais. Dados mostram que o modo automático evita o uso excessivo de energia, gerando assim uma economia ao criador.

“Mitos da produção de avícola: desmistificando saberes” foi o último tema a ser apresentado. O estudante Lucca Gabriel Batista, participante do Núcleo de estudos e Pesquisas em Avicultura (Nepea), discorreu sobre uma pesquisa feita na I Mostra de Avicultura do Campus, realizada na Praça Antônio Carlos, em dezembro do ano passado. A partir deste trabalho, trouxe dados relevantes que demonstraram que a carne de frango é uma das mais consumidas no Brasil. Segundo afirmou, um dos maiores receios da população é o uso de hormônios no frango e de acordo com a pesquisa realizada, 64% da população acredita no uso de hormônios no animal. O aluno ressaltou que a o desenvolvimentos dos animais está associado à evolução, nutrição e tecnologia utilizada.

Para o coordenador-geral de produção do Campus, professor Nikolas Amaral, o evento foi motivo de muito orgulho ao ver o desempenho dos estudantes e qualidade dos trabalhos apresentados. A presença dos integrantes de diversos grupos de pesquisa possibilitou o intercâmbio de conhecimento entre os alunos, que têm se empenhado na condução das pesquisa e estudos. "É legal os estudantes assistirem a esse tipo de palestra para verem o quanto temos que correr atrás". De acordo com ele, as apresentações foram excelentes e demonstraram não só o volume, mas a qualidade dos trabalhos desenvolvidos no campus. 

Confira como foi o primeiro dia do evento!

Apresentação dos grupos de pesquisa

Minicursos