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Roda de Conversa com Conceição Evaristo

Campus Machado recebe a escritora Conceição Evaristo para uma roda de conversa   

DSC 0393Nesta quarta-feira, 29 de março, uma roda de conversa com a professora, linguista e escritora Maria Conceição Evaristo de Britto reuniu alunos e professores no IFSULDEMINAS - Campus Machado. Realizado no Auditório “Antônio Carlos Estanislau”, o evento foi possível graças à visita da professora, que recebeu o título de Doutora Honoris Causa, durante reunião do Conselho Superior do Instituto.  Reconhecida nacional e internacionalmente, a mineira compartilhou experiências pessoais, acadêmicas e literárias. 

Conceição falou sobre os desafios da carreira. Estreou na literatura em 1990, conciliando os trabalhos da docência e produção de estudos teóricos com a escrita. As obras da autora, cuja matéria-prima literária é a vivência das mulheres negras – principais protagonistas – refletem as profundas desigualdades raciais brasileiras. Unindo realidade e ficção, seus textos retratam o cotidiano, denunciam as opressões raciais e de gênero, mas também recuperam a ancestralidade da negritude brasileira, apagada durante séculos.

DSC 0400Romances, poemas e contos constituem as diversas obras da autora. Vencedora do prêmio Jabuti 2015, com “Olhos D’água”,  Conceição também foi homenageada na edição 2019. A mesa de conversa foi composta por servidores e alunos negros. O pedagogo Fábio Brazier, a professora Lúcia Helena da Silva, a estudante Ariel Mamede e a professora Elisângela Fialho iniciaram o bate-papo com a escritora. 

Para Fábio, a roda de conversa é um momento histórico no Campus Machado, pois “Conceição representa um marco para a literatura brasileira, ao assinalar a perspectiva do negro neste contexto, historicamente, negada. O momento foi de muita emoção para todos os participantes. Para mim foi uma honra e é motivo de gratidão ter participado da organização deste momento e ter proporcionado à comunidade do campus este contato. Saímos desta roda de conversa ainda mais motivados em trabalhar as questões raciais e o combate ao preconceito no nosso Campus.”

DSC 0373A professora Lúcia, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), celebrou o dia pela representatividade da escritora. Para ela, como profissional e ativista das relações étnico-raciais, a presença da professora no campus foi um divisor de águas, incentivando ainda mais o desenvolvimento de atividades por meio do Neabi. “Muita inspiração, conhecimento e energias renovadas. Uma honra poder desfrutar de horas tão fabulosas com a consagrada escritora Conceição Evaristo. Mais uma grande experiência oferecida pelo IFSULDEMINAS”. 

DSC 0417A diretora de Ingresso do IFSULDEMINAS, professora Elisângela Fialho, conta que estava estava tomada pela emoção, “nos reencontramos depois de 10 anos. Nossos caminhos se cruzaram quando ela começou a carreira de escritora”. Elisângela também é professora da área de Literatura.

A escritora, gentilmente, estendeu o tempo para perguntas, concedeu autógrafos, distribuiu livros e tirou fotos com os leitores. Alunos e professores de outras escolas estiveram presentes para participar do bate-papo. A vereadora de Machado, professora Dirce Alves, e a secretária municipal de Educação, Márcia de Paula, também acompanhou a roda de conversa.

 

Imagem do WhatsApp de 2023 03 30 às 20.23.33Biografia de Conceição

Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em 29 de novembro de 1946, em Belo Horizonte (MG). Foi a segunda de nove irmãos. Teve a infância e a adolescência marcadas pela miséria, na extinta favela do Pindura Saia, na região centro-sul da capital mineira. Trabalhou como babá e faxineira enquanto cursava os estudos secundários, aspirando à carreira de professora, mas quando concluiu o curso normal, não conseguiu emprego em Belo Horizonte.

Não havia, na época, concursos para professores em Minas Gerais: aulas, só para quem fosse indicado. Assim, Conceição mudou-se, em 1973, para o Rio de Janeiro, onde se graduou em Letras pela UFRJ e seguiu carreira no magistério, lecionando na rede pública fluminense até se aposentar no ano de 2006.

É mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro, com a dissertação Literatura Negra: uma poética de nossa afro-brasilidade (1996), e doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense, com a tese Poemas malungos, cânticos irmãos (2011), na qual estuda as obras poéticas dos afro-brasileiros Nei Lopes e Edimilson de Almeida Pereira em confronto com a do angolano Agostinho Neto.

 

 

 

Texto: Ascom - IFSULDEMINAS - Campus Machado com informações biográficas da escritora

Fotos: Ascom - IFSULDEMINAS - Campus Machado

 

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