FecTeC 2025

Criatividade dos alunos transforma conhecimento em soluções práticas

No dia 2 de outubro, o IFSULDEMINAS – Campus Machado promoveu a 3ª edição da Feira de Ciência, Tecnologia e Cultura (FeCTeC). Realizado no Poliesportivo da instituição, o evento contou com a apresentação de 65 projetos desenvolvidos por estudantes dos cursos técnicos integrados, em diferentes áreas do conhecimento.

Organizada pelas Diretorias de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão, juntamente com as coordenações dos cursos técnicos integrados, a FeCTeC é um evento anual de caráter interdisciplinar e de participação obrigatória para os alunos dessa modalidade de ensino. Além de fomentar a pesquisa científica, a inovação e a cultura, a feira busca estimular o protagonismo estudantil e a integração entre cursos e grupos de estudo. 

Cada edição da FeCTeC ganha uma identidade visual própria, criada pelos alunos em concurso cultural. Em 2025, os trabalhos foram organizados em três categorias temáticas: Tecnologia, Engenharia e Inovação; Natureza: Fenômenos, Recursos e Seres Vivos; e Cultura, Educação e Sociedade. Também houve espaço para os projetos dos Grupos Assistidos de Pesquisa e Extensão (GAPEs), registrados no campus.

Organização da apresentação

De acordo com Fabiana Lúcio de Oliveira, diretora de Ensino, uma das inovações deste ano foi a divisão dos trabalhos em dois turnos. “Dividimos as apresentações: metade no período da manhã e metade no período da tarde. Isso fez com que os estudantes ficassem menos cansados e possibilitou que todos pudessem visitar praticamente todos os trabalhos, algo que não acontecia quando eram apresentados todos de uma só vez”, destacou.

Comparando com anos anteriores, Fabiana ressaltou a evolução na organização: “Os alunos começaram a preparar os trabalhos com bastante antecedência, sem aquele desespero do primeiro e segundo ano. Assim, conseguiram usar muito mais da criatividade”, afirmou.

Fortalecimento da pesquisa

Para Letícia Amaral, diretora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, a Feira contribui significativamente para o envolvimento dos alunos com a pesquisa: “Essa foi a terceira edição da FeCTeC. Estamos em 2025 e a cada ano a feira só melhora. É nítido como os alunos estão cada vez mais envolvidos e protagonizando seus trabalhos. Eles vão mais a fundo em temas inéditos, integrando conhecimentos dos cursos de Informática, Alimentos e Agropecuária. Já estou na expectativa para ver como será em 2026.”

Criatividade, empenho e soluções inovadoras

A professora Letícia Sepini foi uma das avaliadoras dos trabalhos e destacou o entusiasmo dos alunos durante a apresentação dos projetos. “Achei que este ano os alunos estavam mais preparados, mais seguros, e dava para perceber um certo prazer, sabe? Enquanto eles explicavam, era visível o entusiasmo. A maioria se empenhou muito.Os trabalhos que eu vi, sinceramente, estavam muito bons, todos eles. Até mesmo os dos alunos do primeiro ano.”

Vitor Augusto de Souza, estudante do 2º ano do Técnico em Informática, fez parte da equipe que apresentou o projeto Zona de Impacto. Ele relata que o primeiro desafio foi conseguir os materiais para montar o projeto, mas que começaram bem cedo. Segundo explicou, o experimento funciona com o conceito da teoria da cinética dos gases. “A gente aumenta a pressão dos gases aqui dentro e eles ficam se debatendo, querendo sair. E aí, como eles não têm força suficiente para destruir o cano, eles vão pelo caminho mais fácil e expulsam o projétil que tiver aqui, que pode ser uma batata, uma rolha, uma cenoura. E aí expulsa ele, dando essa sensação de disparo. Foi o nosso experimento mais popular, que tem certa facilidade porque a gente só usa oxigênio”.

Gabriel Donizetti, aluno do 3º ano do Técnico em Informática, integrou a equipe que apresentou o projeto Orquestra Fantasma, um experimento que demonstra o funcionamento das ondas eletromagnéticas. Segundo ele, o corpo humano não consegue enxergar essas ondas diretamente, mas, com o uso da física, é possível visualizá-las de forma indireta. O laser funciona como fonte de luz, liberando fótons — partículas que compõem a onda eletromagnética. Esse feixe de luz é refletido no espelho e projetado sobre um fundo preto. O diferencial está na caixa de som, que vibra a 60 hertz, criando padrões visíveis quando o laser interage com a fumaça espalhada no ambiente. “Não estamos vendo as ondas em si, mas suas interações com meios materiais, que nos permitem perceber seu caminho e seus efeitos”, explica Gabriel.

A equipe Oficina da Agropecuária apresentou alguns equipamentos de pequeno porte automatizados para que pequenos agricultores possam descascar e torrar café em casa. Os equipamentos foram produzidos com materiais reaproveitados. Gabriela Santos Silva, do 3º ano de Agropecuária, explicou que o funcionamento de um descascador manual é por meio de uma manivela, que precisa ser girada o tempo todo com o braço. “Como isso é cansativo e pode até causar problemas físicos, nós adaptamos o equipamento. Retiramos a manivela, acrescentamos um motor e agora ele funciona automaticamente. Basta ligar nesse aparelho e pronto: o descascador começa a trabalhar”. Ela explica que o processo fica muito mais prático e acessível, principalmente para quem não tem uma máquina grande.

Já Ana Flávia Carvalho apresentou o torrador adaptado, que deve ser utilizado em um fogão, onde recebe o aquecimento necessário. “Ao ligar, o tambor começa a girar e vai torrando os grãos aos poucos. Assim, é possível acompanhar a mudança de coloração para definir o ponto e a qualidade do café desejado”, comenta que a proposta serve para o uso doméstico e em pequenas quantidades.

Nicholas Richard, do Técnico em Informática, fez parte da equipe que apresentou o Tiro ao Alvo. Ele conta que foi orientado pelo professor João Roberto Caixeta pelo terceiro ano consecutivo e que o experimento teve como objetivo aplicar conceitos de Física na prática, mais especificamente os relacionados ao lançamento de projéteis. Para isso, a equipe montou uma dinâmica de tiro ao alvo.
“A ideia é explicar, por meio dessas armas, conceitos como energia potencial elástica, mostrando como ela se transforma em energia cinética, além do conceito do ar comprimido e da pressão e, também o conceito de pressão e combustão”. Ou seja, demonstrar na prática como diferentes formas de energia podem ser convertidas em energia cinética.

Avaliação e premiação

Todos os trabalhos foram avaliados a partir de critérios definidos em edital, como organização, criatividade, interdisciplinaridade, domínio do tema e integração do grupo. Além disso, cada equipe precisou produzir um vídeo de apresentação, também considerado na avaliação.

Dez trabalhos receberão premiação: quatro, como melhores de cada subcategoria, e seis selecionados conforme o número de inscrições. Os vencedores receberão certificado de Honra ao Mérito, e os quatro primeiros colocados também serão agraciados com medalhas. A cerimônia de premiação será realizada em 21 de outubro, no Auditório Antônio Carlos Estanislau.

Texto: Ascom/ IFSULDEMINAS - Campus Machado

Fotos: Ascom/ IFSULDEMINAS - Campus Machado e Divulgação