Educação abre portas

Alunos e instrutores relatam suas experiêncais com o projeto

Mais de 250 alunos já concluíram os cursos nos regionais Nordeste 3, que correspondem aos estados da Bahia e Sergipe, e Oeste 2, que compreende o Mato Grosso. Nessas duas regiões, foram abertas mais de 275 vagas para cursos iniciados no mês de junho.

"O que buscamos com programas de qualificação, como o Capacita em Rede, é impactar pessoas e mudar realidades Brasil afora", enfatiza a diretora-geral do IFSULDEMINAS - Campus Machado, professora Aline Manke. Para ela, muito mais do que números institucionais, a motivação vem de saber que o projeto faz a diferença, comprovada pelos relatos recebidos dos estudantes que se formaram.

Capacita em Rede muda trajetória de formandos

Pela primeira vez em 50 anos de vida, a Doraci Rodrigues tem acesso a um cursos de educação formal. Como seu primeiro curso, ela escolheu o de Manicure e Pedicure do Capacita em Rede, na cidade de Alto Paraguai, no Mato Grosso. "Não fui alfabetizada; no meu tempo tudo era mais difícil, eu trabalhava na roça, mas eu não tenho vergonha disso. Eu nunca tinha tido esta oportunidade, mas agora eu vou me empenhar, eu amo arrumar a unha". Sobre sua experiência no curso, ela contou: "Eu sempre fui apaixonada por ser manicure, eu já sei arrumar as unhas, mas eu quero aprender as técnicas. Eu quero ter minha profissão, para eu ajudar em casa, a situação não é muito fácil, meu marido está doente, saiu do serviço".

A Lívia Vieira tem uma história bem diferente da Doraci, ela tem 18 anos, já concluiu o ensino médio e começará a estudar Direito em agosto, mas também se matriculou no curso de Manicure e Pedicure. Disse que começou com a expectativa de apenas aprender a cuidar das suas unhas, mas que está pensando em experimentar a profissão se surgir oportunidade. "As aulas foram muito divertidas e acolhedoras, a professora conseguiu envolver as alunas de uma forma incrível, fazendo com que todas se sentissem à vontade".

A professora de Doraci e Lívia é a Ana de Fátima da Silva. Muito elogiada pelas alunas, ela é assistente social, mas há 30 anos atua como manicure, ela carrega seu kit de unhas para todo lugar, assim, sempre que surge uma oportunidade, faz as unhas de alguém. "Já usufruí desta carreira para o sustento de minha família e hoje sou instrutora do curso. A experiência com as alunas foi maravilhosa, elas se dedicaram muito, aprenderam muitas técnicas, todas estão com planejamento de colocar em prática a nova profissão. Este curso dará uma oportunidade para elas complementarem a renda em casa, algumas já estão trabalhando e recebendo por isso". Ana de Fátima concilia suas atividades como assistente social, manicure e instrutora do curso Capacita em Rede.

Transformação que gera autoestima

Também na cidade de Alto Paraguai, uma outra turma concluiu o curso de Maquiagem. Virgínia Maria da Cruz, uma das formandas, contou que adora testar as maquiagens aprendidas nas aulas. Ela disse que decidiu fazer o curso porque "gosto de me maquiar e também para atuar profissionalmente no futuro".

A instrutora Odaisa Amanda conta que é apaixonada por maquiagem desde novinha. Ao contrário de suas alunas, ela precisou buscar formação fora da cidade. "Eu amei a oportunidade de abrir portas profissionais para as alunas, foi desafiador, mas elas amaram e eu também. Havia meninas que não sabiam nada e agora aprenderam a preparar a pele, fazer aperfeiçoamento de óleos, blindagem", explicou.

Uma nova linguagem

Na cidade de Santana do São Francisco, em Sergipe, os formandos do curso de Libras básico já são capazes de se comunicar com uma pessoa surda. Eles aprenderam o alfabeto, números, cores, membros da família, comidas e bebidas, profissões, sentimentos e saudações. O formando Everton dos Santos comentou sua experiência: "Minha vida não será mais a mesma depois deste curso, aprendi bastante e desejo continuar aprendendo para que eu possa ser mais uma pessoa a facilitar a comunicação dos nossos irmãos surdos, interagindo e me inserindo no 'mundo' deles".

A professora do curso, Írian Santos, dise que o objetivo do curso foi alcançado, "estou muito feliz com o resultado e posso dizer que estou com a sensação de dever cumprido. Hoje sei que, se em algum momento da vida, qualquer aluno que se deparar com uma pessoa surda, vão saber se comunicar e isso é muito gratificante, isso é inclusão", compartilhou. 

 Oportunidade para trabalho e renda

O instrutor Luiz da Luz formou a primeira turma de Assistente em Administração em São Félix, na Bahia. Os alunos estavam em busca de capacitação para o mercado de trabalho e alguns até mesmo do primeiro emprego. “Ministrar o curso, contribuir com o desenvolvimento pessoal e crescimento intelectual dos alunos me trouxe imensa  alegria, satisfação e a certeza da transformação, através da educação”, compartilhou o professor.

Educação é presença e convivência

"A filosofia que move o  projeto é a presença, presença é mais do que uma existência, é uma coexistência, é mais do que uma coexistência, é uma convivência”, ressaltou o coordenador-geral, professor Roberto Órfão de Moraes. Experiência comprovada pela Berenice da Silva, aluna do curso de Assistente em Administração em Gaúcha do Norte, no Mato Grosso. Ela trabalha com vendas de materiais de construção e ferramentas e contou que já havia tentado um curso on-line no passado, mas que não se adaptou. Quando surgiu a oportunidade do curso presencial, ela disse que aproveitou, "fiz o curso para ter conhecimento na área. Como vendedora, é sempre bom ter conhecimento administrativo, eu amei, foi muito bom e a professora era excelente. Foi um curso tão bom que criamos um grupo para tirar dúvidas e continuar trocando experiências".

Educação rompe barreiras sociais

Em Conceição do Almeida, na Bahia, Lídia Santos Fernandes, de 53 anos, é a única aluna da turma de Eletricista Predial de Baixa Tensão. Ela conta que sempre achou interessante o trabalho de eletricista e que já fazia pequenos reparos na casa onde mora com a filha, “daí apareceu a oportunidade e eu ingressei no curso, vi que poderia ampliar meu conhecimento. Nunca é tarde para aprendermos qualquer coisa, basta querer, estou fazendo o curso para aprender a trabalhar também”. Sobre ser a única mulher na turma, ela foi enfática: “Sei que o lugar de nós, mulheres, é onde quisermos estar. E quanto mais nos capacitarmos, melhor para o nosso currículo”.

Lídia é aluna de Gilberto Oliveira. O instrutor começou a trabalhar como eletricista aos 12 anos com seu tio. Hoje ele trabalha na empresa de distribuição de energia do estado da Bahia, onde começou como estagiário. “Estou gostando muito de passar minha experiência profissional para os alunos, me desafia a inovar”, compartilhou. Sérgio Martiniano, aluno de Gilberto, compartilhou que as aulas do professor estão sendo muito satisfatórias, “estamos adquirindo conhecimento para aprender cada vez mais e poder colocar em prática tudo que estamos conhecendo de novo no mundo da eletricidade. Espero que este curso abra portas para mim”.

Desafio de Inovar

Lídia é aluna de Gilberto Oliveira. O instrutor começou a trabalhar como eletricista aos 12 anos com seu tio. Hoje ele trabalha na empresa de distribuição de energia do estado da Bahia, onde começou como estagiário. “Estou gostando muito de passar minha experiência profissional para os alunos, me desafia a inovar”, compartilhou.

Sérgio Martiniano, aluno de Gilberto, compartilhou que as aulas do professor estão sendo muito satisfatórias, “estamos adquirindo conhecimento para aprender cada vez mais e poder colocar em prática tudo que estamos conhecendo de novo no mundo da eletricidade. Espero que este curso abra portas para mim”.

Alunos do Marketing Digital criam agências digitais

O Instrutor de Marketing Digital, Igor Barbosa, iniciou o curso com 15 alunos e terminou com 37. Uma das estratégias para motivar os estudantes foi “no início do curso, nas primeiras aulas, após passar o conteúdo histórico do marketing, fiz a proposta que eles se dividissem em grupos, que ao longo do curso eles iriam criar uma agência fictícia, com sua própria logo, a ponto de convencer o cliente a comprar os serviços deles”.
Os estudantes usaram a criatividade para criar o nome das agências, utilizaram a plataforma de design on-line Canva para desenvolver a logo e fizeram toda a estruturação da agência. “Os alunos que apresentaram deram um show, mostrando entendimento e domínio de todo o conteúdo ministrado do início ao fim do curso, mesmo sendo um curso rápido, atingindo desse modo os objetivos propostos na ementa e um pouquinho mais”.