Inundações no Rio Grande do Sul

Capacita em Rede expande sua atuação em áreas atingidas pelas enchentes

A oferta de 19 mil vagas de qualificação profissional do Projeto Capacita em Rede se inicia este mês. Cursos presenciais de 50 horas visam preparar profissionais para uma rápida inserção no mercado de trabalho. O Projeto faz parte da iniciativa da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), que busca implementar políticas educativas com o objetivo de impactar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de diferentes regiões do país. Com a catástrofe climática na região sul do Brasil, o Projeto será expandido para mais áreas afetadas.

Além das medidas para minimizar os impactos imediatos da catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul, alguns segmentos já pensam na recuperação do estado. “O Capacita em Rede irá contribuir na fase da reconstrução”, avaliou o professor Roberto Camilo Órfão de Morais, coordenador do Projeto. Ele explica que, a pedido do Secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), professor Marcelo Bregagnoli, já mobilizou os parceiros na região para levantar as demandas por capacitação que possam contribuir com a fase de reestruturação do Rio Grande do Sul. O apoio vem também da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), que está mobilizando as Dioceses nas regiões mais necessitadas para adesão ao Capacita em Rede.

Segundo Bregagnoli, é uma política central do Governo a priorização de medidas que promovam a melhoria da qualidade de vida e proporcionem oportunidades. “Essas pessoas que passam por esse processo, como o Capacita em Rede, podem adquirir mais habilidades e criar oportunidades, consequentemente, gerando possibilidade de melhoria de renda e emprego; no médio prazo, a gente passa a ter uma melhoria do IDH”.

A cidade de Bagé, no Rio do Grande do Sul, será uma das muitas em todo o Brasil  que receberão o Projeto. De acordo com o bispo Dom Frei Cleonir Paulo Dalbosco, da Diocese responsável pela execução local, a oferta dos cursos “certamente vai dar qualidade de vida, autoestima, saúde e proteção a todas estas pessoas que vão participar dos momentos de capacitação. Então, nós, como Diocese, nos alegramos com essa parceria e vamos estar unidos para o bem daqueles que mais precisam”.

A Secretária Executiva da Diocese, Nilza Mar Fernandes de Macedo, reforçou a importância dessa parceria: “Somos parceiros porque acreditamos na importância de oferecer oportunidades de conhecimento e aperfeiçoamento às pessoas que moram tanto no meio rural quanto no mundo urbano, especialmente as mais vulneráveis ou aquelas que ainda não receberam oportunidade de desenvolver suas potencialidades”.

Bagé está localizada no extremo sul do país, região que faz divisa com o Uruguai. A cidade tem se destacado pelo seu desenvolvimento econômico, social e cultural. Popularmente conhecida como “A Rainha da Fronteira”, possui aproximadamente 120 mil habitantes, figurando entre as 20 cidades mais populosas do Rio Grande do Sul. Sua economia é voltada para a agricultura, pecuária e comércio local.
 
Nilza Macedo também destacou os resultados que esperam alcançar, “o conhecimento profissional, a inserção no mercado de trabalho e até na economia informal certamente irão garantir maior qualidade de vida para muitas famílias e, consequentemente, a transformação social que se faz tão urgente e necessária para todos”.

Ao contrário de outras cidades do estado, as fortes chuvas não causaram impactos significativos em Bagé, que tem se empenhado em auxiliar os municípios mais afetados pelas enchentes. Órgãos públicos locais, como a Defesa Civil, a Prefeitura e a Polícia Militar, têm colaborado no resgate de pessoas, transporte de água potável e combustíveis, além de cuidar da logística em geral.

Duas cidades da Diocese de Bagé foram as mais afetadas, uma delas é São Gabriel, contou a secretária executiva da Diocese. “Desde ontem estou ajudando nas ações de solidariedade que a Paróquia está realizando. Acreditamos que o projeto vai contribuir muito, especialmente os cursos ligados à rotina do dia a dia das pessoas.” Nilza também explicou que basta conseguirem retomar o diálogo com as paróquias para agilizar os encaminhamentos.

A diretora do Campus Machado, professora Aline Manke Nachtigall, é natural do Rio Grande do Sul e afirmou que enquanto instituição de ensino trabalharão para devolver a dignidade das pessoas de seu estado natal. “Por meio dos cursos de qualificação ofertados pelo IFSULDEMINAS, conseguiremos fazer a diferença para reerguer esse estado, uma vez que as qualificações podem ser direcionadas tanto para a reestruturação da região como para devolver o brio aos gaúchos”, comentou Aline.