Intercâmbio na Colômbia

Alunos do IFSULDEMINAS - Campus Machado compartilham experiências de intercâmbio na Colômbia

No início de agosto, três estudantes do IFSULDEMINAS – Campus Machado embarcaram para uma experiência transformadora na Colômbia. Durante um semestre, Giovanni Junqueira dos Santos (Administração), Maria Clara Domingues (Zootecnia) e Emily Ferreira (Sistemas de Informação) vivenciam a rotina acadêmica em universidades parceiras e a imersão em uma nova cultura.

Cada estudante foi para uma das unidades da Universidade de Cundinamarca localizadas nas cidades de Fusagasugá, Girardot e Chía. Cheios de expectativas e sonhos, eles passarão um semestre cursando disciplinas e participando de atividades acadêmicas, com retorno previsto para o fim de novembro.

O Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional - América do Sul - oferece aos estudantes de cursos superiores do IFSULDEMINAS a oportunidade de cursar disciplinas em universidades parceiras da Colômbia e do Peru durante um semestre letivo. Além de acrescentar atividades ao currículo, eles têm a possibilidade de aprender outro idioma, assimilar uma nova cultura, e adquirir novos hábitos.

Cada aluno selecionado recebe R$ 5.000,00 para passagem aérea, R$ 4.000,00 para seguro saúde internacional e R$ 3.000,00 para despesas com a emissão de passaporte, visto, transporte público e alimentação parcial. Além disso, as universidades parceiras oferecem residência estudantil e alimentação.

Os participantes assumem diversos compromissos, como se dedicar integralmente às atividades acadêmicas, permanecer no IFSULDEMINAS por pelo menos um semestre após o retorno, elaborar relatórios e compartilhar o conhecimento adquirido com colegas. Também devem apresentar um trabalho científico na Jornada Científica do IFSULDEMINAS (2026) ou em outro evento acadêmico relevante.

Rotina improvisada, idioma e desafios em Fusagasugá

Matriculada em Zootecnia na Universidade de Cundinamarca, em Fusagasugá, Maria Clara conta que assim que chegou se deparou com uma paralisação estudantil, prática comum nas universidades colombianas. “Eles protestam por direitos na escola pública, tentam acordar sobre viagens técnicas, recursos para pesquisa, entre outros. Até que haja um acordo entre direção e alunos, eles não frequentam as aulas.”

A adaptação inicial trouxe desafios. “Sem sombra de dúvidas, o idioma foi a maior dificuldade. Embora eu já tivesse uma base, as palavras regionais são bastante difíceis de entender”. Entre as situações inusitadas, ela destacou a diferença na rotina: “Eu tinha muitas expectativas, principalmente quanto à rotina. Queria ter uma rotina organizada e tudo mais, mas aqui é bastante improvisado. Passei por muitas aventuras, muitos imprevistos, até mesmo em uma ida ao supermercado.”

A estudante também observou aspectos culturais marcantes, como a animação dos colombianos, “com qualquer som que tenha, eles já estão se mexendo.” Na alimentação, sentiu falta de sabores típicos do Brasil: “Embora eu goste muito das comidas daqui, sinto muita falta do pão de queijo e, principalmente, de comidas salgadas. Aqui há muito o hábito de salgados e guloseimas agridoces.”

Uma das surpresas foi a presença constante da sopa na alimentação do dia a dia. “Aqui na Colômbia há o hábito de comer sopa em qualquer ocasião, esteja frio ou calor. Isso me chocou bastante, mas agora já me adaptei e me acostumei.”

Maria Clara também observou as diferenças no transporte do país, que é bem mais barato do que no Brasil. Para quem pensa em seguir o mesmo caminho, ela deixa um conselho: “Se arrisque, seja corajoso, venha com a mente aberta para enfrentar os obstáculos.”

Experiência cultural e aprendizados além da sala de aula

Giovanni está na cidade de Girardot, no estado de Cundinamarca, onde cursa Administração de Empresas. No Campus Machado, ele trancou o 6º período para aproveitar a experiência do intercâmbio. Um dos pontos que mais chamaram sua atenção foi a receptividade do povo colombiano. “Achei a Colômbia um país com pessoas muito acolhedoras e considero a cultura bastante parecida com a do Brasil.”

Sobre o idioma, afirma que não teve grandes dificuldades para se comunicar, mas notou diferenças na escrita. Já em relação à culinária, destacou o costume de consumir sopa em todas as refeições. “No começo, foi um pouco difícil, mas com o tempo se acostuma.”

Giovanni conta que todos os intercambistas vivem em uma casa situada em frente à universidade, e que o restaurante também fica em frente. “Tudo é bem próximo, o que nos ajuda a poupar tempo de ter que andar muito e também facilita por causa do clima, pois aqui uma das grandes dificuldades é o calor. Todos os dias faz mais de 30 graus.”

Sobre a gestão do dinheiro, ele explica que é preciso realizar saques em um banco internacional, já que, normalmente, as lojas aceitam apenas dinheiro em espécie. Por isso, considera essencial portar dinheiro físico. No entanto, observa que, em geral, tudo lá é mais barato que no Brasil.

Colômbia surpreende estudante com costumes, sabores e novas experiências

Emily estuda na Universidade de Cundinamarca, na cidade de Chía, no curso de Engengara de Sistemas e Computação. Desde o início das atividades, ela tem conciliado aulas com a convivência com colegas estrangeiros.

Com quase dois meses de intercâmbio, já percebe avanços na adaptação. “Agora está muito mais tranquilo entender as pessoas; até assistir a um filme sem legenda no cinema foi divertido. Também me sinto confortável para sair sozinha, seja para ir ao mercado, ao shopping ou até mesmo colocar crédito no celular.”

A estudante avalia positivamente a receptividade da comunidade acadêmica.“Os professores têm se mostrado muito empáticos e sempre preocupados em saber se estou acompanhando o conteúdo. Já realizei trabalhos em grupo, apresentei dois seminários e fiz uma prova descritiva. Os colegas também são muito receptivos e sempre demonstram interesse em conhecer o Brasil e a língua portuguesa.”

Entre as experiências gastronômicas, ela destacou novas descobertas: “O que mais me conquistou até agora foi um bolinho salgado de queijo frito chamado buñuelo – virou praticamente um vício rsrsrs. As arepas também são maravilhosas. Já o prato arroz paisa, típico da região, não me agrada tanto, mas tem sido muito interessante provar novos sabores e conhecer melhor a cultura local por meio da comida.”

Texto: Ascom/ IFSULDEMINAS - Campus Machado
Fotos Divulgação