11° Encontro de Agroecologia
IFSULDEMINAS - Campus Machado recebe o 11° Encontro de Agroecologia
No dia 8 de dezembro, o IFSULDEMINAS - Campus Machado sediou o 11° Encontro de Agroecologia. O evento, uma iniciativa conjunta entre o Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica (NEAPO) do Campus Machado e o Núcleo de Estudos em Trabalho, Agroecologia e Soberania Alimentar (NETASA) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas.
Com o tema "Colapso Ambiental e os Desafios Sociopolíticos da Agroecologia no Brasil", o evento atraiu a participação de estudantes, profissionais técnicos e docentes dos campi Machado e Inconfidentes do IFSULDEMINAS, bem como das unidades da UNIFAL-MG em Alfenas e Varginha. O encontro também contou com a presença de pesquisadores, profissionais técnicos, agricultores e membros do MST, todos engajados em discutir as questões enfrentadas diante do colapso ambiental.
A coordenadora do NEAPO, professora Leda Gonçalves, expressou seus agradecimentos a todos os presentes e ressaltou a importância do 11° Encontro de Agroecologia. Ela também enfatizou a urgência da temática escolhida para este ano, destacando a necessidade de mais pessoas se envolverem na discussão e prestarem atenção a essa questão.
A professora Aline Manke, diretora-geral do Campus Machado, iniciou o evento parabenizando o NEAPO pela organização e destacou o apoio da instituição a discussões e temáticas tão relevantes, ressaltando a importância de concretizar mais ações para o próximo ano.
Durante a mesa-redonda realizada pela manhã, os participantes não apenas ofereceram uma análise da conexão entre o colapso ambiental, o capitalismo e o modelo do agronegócio, mas também discutiram as perspectivas defendidas e as ações empreendidas por ativistas climáticos, pesquisadores, agricultores, agrônomos e membros de movimentos sociais.
Em sua fala, Tatiana Plens, comunicadora e membro do Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas e da Rede Latino-Americana de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas, destacou a urgência de promover narrativas que desloquem o ser humano do centro e revelem as interconexões entre diversos modos de existência, assim como as histórias das pessoas e comunidades que geram caminhos para a perpetuação da vida.
O historiador Marcos Bertachi, militante do MST, e a agrônoma Patrícia Vaz, co-fundadora do Mutirão Agroflorestal, enfatizaram a relevância das árvores nos sistemas de cultivo, bem como nas áreas de acampamento e assentamento da Reforma Agrária. “A árvore é uma tecnologia de ponta”, ressaltou Patrícia Vaz. Durante sua apresentação, a agrônoma explicou como as árvores desempenham um papel fundamental na regulação das condições climáticas e na preservação da saúde do solo. “Se não tem vida no solo não tem vida para a gente também”.
Com base no "Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimento Saudável", lançado pelo MST em 2020, Marcos Bertachi explicou que as atividades do movimento têm consistentemente incluído o plantio de árvores. Este plano, fundamentado numa abordagem agroecológica, reitera a importância de preservar bens comuns como água, minerais, terra e biodiversidade, além de promover o respeito pelas culturas locais e regionais. Entre os objetivos do plano estão o plantio de 100 milhões de árvores em uma década, o fortalecimento da produção de alimentos saudáveis e a denúncia dos impactos do modelo destrutivo do agronegócio sobre o meio ambiente. O plano pode ser acessado pelo link: https://mst.org.br/especiais/plantar-arvores-produzir-alimentos-saudaveis/.
Iniciativas agroecológicas das instituições de ensino da região
Além da mesa-redonda e da feira com produtos agroecológicos, o 11° Encontro de Agroecologia incluiu uma série de atividades diversificadas. Houve a ciranda “Crianças-Sementes”, apresentações artísticas de estudantes do IFSULDEMINAS e uma palestra sobre saúde mental e crise climática ministrada por Gizélia Salvioli, estudante de psicologia na PUC Minas. O evento também contemplou a apresentação das ações dos núcleos e projetos de agroecologia do IFSULDEMINAS e da UNIFAL-MG.
Estudantes do Campus Inconfidentes e membros do NEA Raiz do Campo, Carolina Rodrigues e Jonas Campos, apresentaram as atividades e projetos do Setor de Agroecologia do Campus. Eles discorreram sobre as mandalas e canteiros de plantas medicinais, os sistemas agroflorestais, a casa de sementes “Mãe Terra” e a participação no Sistema Participativo de Garantia (SPG) do Sul de Minas com um selo de certificação orgânica.
Por outro lado, Maria Laura Ribeiro, Rosalva Silva e o professor Adriano Pereira Santos, membros do NETASA da UNIFAL-MG - Sede Alfenas, compartilharam suas atividades, que englobam a integração entre ensino, pesquisa e extensão. Destacaram a disciplina sobre trabalho, agroecologia e soberania alimentar, além da realização anual da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, do Encontro de Agroecologia e da Feira Agroecológica e Cultural da Agricultura Familiar (FACU).
O professor José Roberto Porto, da UNIFAL-MG - Campus Varginha, detalhou as ações do Projeto Escola da Natureza, como a implantação de um sistema agroflorestal no Campus, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária e a parceria com o NETASA para a realização da Feira Agroecológica e Cultural da Agricultura Familiar (FACU).
Evellyn Caetano e Gabriela Francês, estudantes do IFSULDEMINAS - Campus Machado e membros do NEAPO, compartilharam experiências do VII Fórum Franco-Brasileiro “Ciência e Sociedade” no Liceu Bourges Le Subdray, na França. O evento, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Alimentação da França em colaboração com o Conif, explorou o tema "O Papel da Humanidade e das Ciências nas Transições Agroecológicas e Sociais".
Texto: Ascom/ IFSULDEMINAS - Campus Machado com informações da Assessoria do Polo Agroecológico Sul e Sudoeste de Minas
Fotos: Ascom / Campus Machado
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