Dia Nacional do Café
Rede Federal contribui para modernizar produção
As palavras do poeta gaúcho da cidade de Alegrete destacam a importância do café, a segunda bebida mais consumida no Brasil de acordo com uma pesquisa patrocinada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Números relacionados ao produto também explicam sua relevância.
Dados do Consórcio Pesquisa Café (formado pela Embrapa e instituições públicas) mostram que o Brasil, no ano passado, manteve-se como o maior produtor e exportador do produto em nível mundial. Acesse os números.
Estima-se que a cadeia produtiva do agronegócio do café seja responsável pela geração de oito milhões de empregos, com um faturamento anual em torno de R$ 20 bilhões. É um segmento que, mesmo diante do contexto econômico atual, mantém saborosos resultados: a safra de 2018 foi recorde – somou R$ 25,5 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
E, nesse contexto, os institutos federais contribuem para que a indústria cafeeira mantenha padrões elevados frente ao mercado internacional. Um dos exemplos são os campi do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS).
Comprometidos com os arranjos produtivos locais, assim como as demais instituições da Rede Federal, o Instituto situa-se no Estado líder na produção nacional do café e explica porque tudo, ou quase tudo, que deriva do fruto do cafeeiro faz parte do tripé ensino, pesquisa e extensão de suas unidades.
Ensino – Muitos são os cursos que unem estudantes ao café. Um deles, muito em voga no momento, é o de barista. Mas foi o de Engenharia Agronômica, do campus Muzambinho, que aproximou a egressa Raquel Miranda de uma tradição familiar.
A jovem produtora, de 28 anos, é a primeira da família a conquistar um diploma de curso superior, fazendo parte da quarta geração a trabalhar com o café. Em entrevista ao site G1, ela contou que nos primeiros anos da graduação no IFSULDEMINAS integrou grupos de estudo de projetos de extensão e foi convidada para prestar assistência a pequenos produtores no Norte Pioneiro do Paraná, uma das principais regiões produtoras de cafés especiais no País.
“Foi durante a graduação que o dom familiar tomou a frente dos meus planos. Na verdade, eu não imaginava que iria mexer com café. Eu queria aprender sobre uva, para diversificar a produção da fazenda. Mas o sangue falou mais alto”, disse.
Raquel foi a única brasileira a conquistar a bolsa integral ofertada pela Fundação Ernesto Illy e Università del Caffè, na cidade italiana de Trieste.
Pesquisa – Dentre os nove Polos de Inovação da Rede Federal, o que está instalado no Centro de Excelência do Café do campus Machado do IFSULDEMINAS atua em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industria (Embrapii) com o objetivo de encontrar soluções e propor inovações tecnológicas para esse ramo agroindustrial.
Com um ano e meio, o Polo conta com dois projetos finalizados e quatro em andamento. As propostas de empresas e produtores, depois de avaliadas, são desenvolvidas por uma equipe de professores, alunos e pesquisadores da área, tendo uma contrapartida do proponente, além de investimentos da Embrapii e do próprio Instituto, segundo explica o coordenador da unidade, professor Leandro Paiva.
Dentre as entregas feitas, Paiva cita o Descascador de Drupas de Café, que faz a separação do produto, agilizando o sistema de secagem e melhorando sua qualidade. Mas o maior benefício é que o descascador não utiliza água, sendo considerado, assim, uma máquina ambientalmente correta, pois o líquido residual desse processo é altamente poluente.
“O utensílio já está sendo vendido e solucionando problemas de muitos produtores. O Polo Embrapii do IFSULDEMINAS trabalha no desenvolvimento de projetos que possam, de alguma forma, reduzir os custos da indústria cafeeira”, afirmou o docente.
Extensão – O grupo AgroCoffe, do campus Inconfidentes, coloca em prática a essência do termo Extensão a partir da perspectiva e modelo da Rede Federal, ou seja, fazer com que o conhecimento transponha as salas de aula.
Formado por alunos dos cursos de Engenharia Agronômica e Engenharia de Alimentos do campus, o grupo, desde 2017, troca experiências e compartilha saberes técnicos com os produtores de café da região.
Dentre as ações, para ajudar os lavradores, estão a realização de palestras, visitas ao campo, análise de solo, dicas de fertilidade, orientações sobre época e quantidade ideal de adubagem, práticas de manejo, além de dicas sobre secagem e armazenamento. Muitas atividades têm a parceria da prefeitura local e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural dos municípios.
Um dos idealizadores do projeto é o aluno João Pedro Alves, que tem origem no meio rural. “Sempre via a dificuldade do produtor. Assim que fui aprovado no vestibular, procurei os professores para pensar um jeito de fazer o conhecimento chegar até eles”, contou. “Aqui no IFSULDEMINAS temos os melhores professores do Brasil. Então, por que não os convidar para auxiliar os produtores rurais?”, declarou.
24 de maio – O Dia Nacional do Café foi incorporado ao calendário brasileiro há 14 anos por sugestão (Abic), simbolizando a época da colheita na maioria das regiões produtoras. No cenário internacional a celebração ocorre em 14 de abril.
Com informações e fotos da Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS)
Bárbara Bomfim
Assessoria de Comunicação
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