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Workshop - Equoterapia

Equoterapia é tema de Workshop que reuniu cerca de 200 pessoas no IFSULDEMINAS - Campus Machado

Evento contou com representantes dos Institutos Federais do Sul de Minas, Minas Gerais, Sudeste-MG, Espírito Santo e Fluminense  

DSC 0200Para trocar experiências entre instituições da Rede Federal sobre o funcionamento de um Centro de Equoterapia e sua importância como programa que une inclusão social, ensino e aprendizagem, o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), por meio da Pró-Reitoria de Extensão, promoveu durante esta quinta-feira, 25 de abril, no Campus Machado, o Workshop de Equoterapia em Rede.

O evento reuniu cerca de 200 pessoas e contou com uma programação de palestras, troca de experiências exitosas entre os institutos que possuem centros de equoterapia e demonstração prática das sessões. Estudantes, professores, autoridades acadêmicas e comunidade participaram do Workshop, que também recebeu representantes dos institutos federais Fluminense, Sudeste - MG, Minas Gerais e Espírito Santo.   

DSC 0218A mesa de honra da cerimônia de abertura foi composta pelo reitor da Instituição, professor Marcelo Bregagnoli; pelo pró-reitor de Extensão, professor Cleber Ávila Barbosa; e pelo diretor-geral do Campus Machado, professor Carlos Henrique Rodrigues Reinato. Também prestigiaram a abertura do evento, diretores-gerais dos campi, pró-reitores do IFSULDEMINAS, diretores e coordenadores.

O diretor-geral do Campus Machado acolheu os participantes com um discurso de boas-vindas e de valorização à iniciativa, parabenizou os organizadores e apoiadores, agradeceu aos participantes e ressaltou a importância do Centro de Equoterapia. “Esse é um dos projetos que mais nos orgulhamos no Campus, em função do alcance e da amplitude social. Vemos o quão gratificante é o trabalho feito pela Equoterapia, que emociona muita gente e traz um ganho humanitário enorme. Parabéns, Marcelo e Cléber pela discussão desse tema e também do ensino agrícola”. O diretor comentou a pertinência do tema em um momento de restrições orçamentárias e limitações financeiras, como forma de unir instituições, buscar soluções em conjunto e pensar a reinvenção do ensino agrícola.

“Um tema que é a cara da extensão, envolvendo alunos, docentes e comunidade, pelo qual o bem social, o desenvolvimento e a assistência são promovidos e o ganho é das três partes envolvidas”, destacou o pró-reitor de Extensão, professor Cleber, que ressaltou também o aprendizado dos alunos envolvidos no projeto e as parcerias firmadas em prol da comunidade, seja com Apae, Prefeitura e demais colaboradores. Cleber enfatizou a importância de ampliar o atendimento da Equoterapia, com programas nos campi de Muzambinho e Inconfidentes e demais institutos da rede.

DSC 0273Em seu discurso, o professor Marcelo, reitor da instituição, comentou a relevância da Equoterapia. “É um projeto diferenciado, que passa pela questão social, pela capacitação técnica e tem esse despertar para a inclusão, algo tão necessário nesse momento em que vivemos. Falar de inclusão é falar de envolvimento com a sociedade. É uma forma de nos defendermos e de dar visibilidade ao nosso trabalho”, disse.

Para Bregagnoli, entre as instituições públicas e privadas, os institutos federais se destacam na área de extensão. “Ouso dizer que, talvez seja medo, porque pesquisa dá lattes e os profissionais se escondem em seu gueto. Pela extensão, temos que mostrar a cara para a sociedade. Vocês se propõem a isso. Pesquisa vinculada à extensão é ir atrás da demanda da sociedade, é o que fazemos bem feito. Tenho certeza de que a discussão que ocorrerá aqui, hoje, irá gerar algo maior para suportarmos o momento que está por vir”.     

Palestras

Para dar início à programação do evento, foi convidada a fonoaudióloga Cláudia da Costa Mota para ministrar a palestra “Funcionamento de um Centro de equoterapia”. Empreendedora Social e idealizadora do Instituto Passo a Passo, em Itatiba, Cláudia contou sua experiência ao iniciar uma unidade de atendimento em Equoterapia, falou sobre os desafios e dificuldades enfrentadas, além de sugerir alguns passos para sucesso na realização do projeto.

Segundo explicou a fonoaudióloga, a Equoterapia é um método terapêutico que tem o cavalo como apoio para a reabilitação, um mediador preparado e o praticante. “O cavalo é um agente facilitador de ganhos motores, emocionais, intelectuais e espirituais e faz parte da equipe”, explicou.

DSC 0295Ao pensar na proposta de montar um Centro de Equoterapia, nem sempre o entusiasta compreende a estrutura necessária para iniciar a atividade. Muitos começam com boa vontade e vão se estruturando aos poucos. Assim foi também a história do Instituto Passo a Passo, uma associação sem fins econômicos cujo principal objetivo é oferecer equoterapia a todos que precisam, independente de classe social. Cláudia contou que é possível começar de uma forma mais amadora, sem tantos recursos, mas com uma economia associativa e muitas parcerias.

A palestrante questionou a visão de negócio dos participantes, esclarecendo que, ao longo dos anos, construiu uma crença pessoal sobre essa questão. Para ela, o método terapêutico pode ser visto como um negócio que contribui com a comunidade e com o planeta. Acredita ser possível expandir a consciência para ganhar dinheiro para promover e melhorar vidas.

Em sua palestra, Cláudia esclareceu que para estruturar o negócio é preciso seguir alguns passos básicos: ter foco ao definir quem será o público atendido; escolher a equipe que integrará o projeto; saber a missão, o porque do negócio ser o oferecido; e a definição da metodologia de trabalho. “Isso tudo é importante, pois trabalhar com crianças com déficit de atenção e esquizofrenia, por exemplo, demandam espaços adequados”.     

Alguns centros de Equoterapia tem diversificado atendimentos, oferecendo também equitação e outros tipos de terapias, além de treinamento experimental com cavalos, o que auxilia na captação de recursos. A palestrante chamou atenção para a dimensão econômica e falou sobre a possibilidade de buscar parcerias com empresas que queiram contribuir com projetos sociais. Ela explicou que o Instituto Passo a Passo conta com a destinação de imposto por meio da nota fiscal paulista. Outra possibilidade sugerida é buscar apoio de voluntariado, que muitas vezes, podem ser praticantes já atendidos pelo centro. Atualmente, ela possui diversos voluntários que já foram beneficiados e ajudam nas atividades.

A segunda palestra do evento “A importância da equoterapia nos Institutos Federais” foi proferida pela coordenadora do Centro de Equoterapia do Campus Machado, professora Daiane Moreira Silva, que contou como tudo começou, ainda em 2011. Emocionada, ela lembrou alguns praticantes que marcaram a trajetória do centro, como o caso de uma criança de 4 anos, portadora de uma síndrome e com muitas limitações e atrasos. “Bruno falou sua primeira palavra aqui: paco-paco”.

DSC 0410Outro caso mencionado pela professora é de um paciente com autismo severo. Daiane lembrou o comportamento do praticante Marcelo, de 31 anos, que já está há um ano na equoterapia. “No começo, ele tinha um olhar perdido, não conseguia ficar muito tempo em ambientes com muitas pessoas, hoje o comportamento dele é completamente diferente”.  

Para Daiane, um dos maiores ganhos da Equoterapia está em ver a atuação dos estudantes, o empenho e o aprendizado deles. “Quando falamos dos centros de equoterapia estarem nos institutos federais é porque eles conseguem reabilitar a comunidade e também os estudantes. Ainda mais nessa era, na qual os valores estão tão invertidos. Por meio da Equoterapia, conseguimos resgatar o amor ao próximo e o cuidado com o outro. Os estudantes e até mesmo os servidores que atuam aqui no centro passam a reclamarem menos”, contou.

Experiências exitosas

No início da tarde, os institutos federais do Sudeste MG - Campus Barbacena e de Minas Gerais - Campus Bambuí apresentaram experiências com seus centros de equoterapia.

Jorge Luiz braumgratz é veterinário e professor do Campus Barbacena e assumiu o desafio de atuar no Centro de Equoterapia da unidade, ainda em 2006, quando tudo começou por lá. Segundo contou a própria cidade oferecia público para a atividade, “cerca de 10 a 12 % da população apresentava algum tipo de necessidade especial. Tínhamos espaço, cavalos, mas faltava equipe, montada a partir das parcerias firmadas com Apae e Prefeitura. Assim, começamos a ensinar equitação aos alunos”, contou.

Para ele, a experiência mais importante tem sido ensinar os estudantes a conviverem com as diferenças, já que a maioria dos praticantes são crianças com necessidades especiais. O professor falou sobre a experiência positiva em promover eventos, como cavalgadas que contam com a participação dos praticantes da Equoterapia, trabalhando a socialização e a autoestima.

Fluminense, Para falar sobre a atuação do Centro de Equoterapia do Campus Bambuí, foram convidados os professores Francisco Novais Junior e Marcos Vieira Cardoso. O centro foi criado em 2015 e suas atividades iniciadas em 2016. Tudo começou com um projeto que, logo passou a ser um programa, por ter um caráter mais permanente. No começo, foi possível investir cerca de R$ 300 mil reais na estrutura. Nesse momento, a equipe procurou animais para o trabalho e descobriu que aqueles que estavam disponíveis no campus eram velhos demais e não atendiam. Dessa forma, as parcerias ajudaram a estruturar essa etapa.

DSC 0436Segundo explicaram os professores, os encaminhamentos são feitos pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e também pelo próprio campus. Para viabilizar o funcionamento do centro, a equipe buscou parcerias com a Secretaria de Saúde do município e associações. O trabalho que começou com apenas três atendimentos evoluiu para 50 praticantes.

Sessão demonstrativa

Ao final do evento, a organização reuniu os participantes no Centro de Equoterapia do Campus Machado para uma sessão demonstrativa. A coordenadora da atividade, professora Daiane Moreira Silva, apresentou alguns praticantes e explicou como funcionam as sessões. Ao final, Yasmin Carvalho, estudante de Zootecnia, deu um depoimento emocionado sobre sua atuação no Centro de Equoterapia. "Esse tem sido meu maior aprendizado. Agradeço a Deus por ajudar pessoas tão especiais, que são um presente para o mundo. Agradeço aos meus colegas e a todos os profissionais do Centro, vocês fazem fazem parte da minha história".      

Texto e Fotos: Ascom/ IFSULDEMINAS - Campus Machado

 

 

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