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Comitiva de Moçambique

Campus Machado recebe sete moçambicanos para capacitação no eixo agrícola

DSC 0868Na sexta-feira, 22 de novembro, o IFSULDEMINAS - Campus Machado recebeu uma comitiva de profissionais de instituições de ensino técnico de Moçambique. A recepção contou com a presença da diretora-geral, dos diretores Pedro Costa Carvalho (Extensão) e Dalilla Rezende (Pesquisa, Pós-graduação e Inovação), do servidor Salomão Tassote e do coordenador de Relações Internacionais, Rafael Tenório.

A visita integra a terceira edição da Formação de Formadores Moçambicanos no eixo agrícola, ação do Programa Bramotec, promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em parceria com o Conif e a Secretaria de Ensino Técnico-Profissional de Moçambique (SEETP). Neste ano, o IFSULDEMINAS acolheu 18 formadores moçambicanos, sete deles em Machado, enquanto os demais participam de capacitações nos campi Muzambinho e Inconfidentes. Ao todo, 75 formadores passarão por um treinamento intensivo de 15 dias em instituições brasileiras, focado na qualificação do setor agrícola.

A capacitação busca qualificar docentes como multiplicadores de conhecimentos técnicos e práticas agrícolas, promovendo o desenvolvimento educacional e socioeconômico de Moçambique com foco em agricultura sustentável, abordando temas como mecanização agrícola, análise de solos, processamento de alimentos, fertilização de sementes, sistemas de irrigação e metodologias de ensino.

DSC 0857Segundo a professora Aline, o Campus Machado é reconhecido pela expertise em agropecuária, agroindústria e tecnologia. Com foco em práticas sustentáveis e inovação tecnológica, as capacitações oferecidas podem ser adaptadas às necessidades locais de Moçambique. Aline destaca ainda a importância de metodologias ativas e ensino contextualizado, que integram teoria e prática, fornecendo ferramentas para que os formadores moçambicanos transformem seus contextos educacionais e sociais, promovendo um rico intercâmbio entre as nações.

“A participação no programa de Formação de Formadores reforça a contribuição significativa do campus, tanto na perspectiva técnica quanto no ensino-aprendizagem, e me deixa muito feliz por ter retornado recentemente de uma missão naquele país e por perceber o quanto a parceria com Moçambique é impactante.”

Troca de experiências e capacitação

WhatsApp Image 2024 11 25 at 23.44.08 1Na manhã desta segunda (25) e terça-feira (26), os visitantes exploraram os setores da fazenda-escola. No período da tarde, participaram de uma capacitação sobre metodologias de ensino com a professora Gisele Loures. Ela relata que os desafios enfrentados pela educação em Moçambique incluem salas de aula numerosas e dificuldades de acesso confiável à internet. Para abordar tais questões, foram exploradas metodologias ativas que promovem o desenvolvimento individual e em grupo, utilizando recursos acessíveis e locais, como terra, pedras, vidro e papel. As práticas pedagógicas envolveram jogos, técnicas de gestão (OKRs e Scrum), rotação por estações e simulações adaptadas para o contexto presencial, como terrários para estudos ecológicos.

“Essa troca de experiências é muito significativa para nós porque de fato ela representa um aprendizado mútuo e multidisciplinar”. A professora Gisele envolveu alguns estudantes de Licenciatura em Ciências Biológicas durante as atividades do curso, elaborando roteiros didáticos e conduzindo atividades com os formadores moçambicanos e os estudantes colombianos que estão fazendo intercâmbio na instituição.

WhatsApp Image 2024 11 26 at 15.56.43 2O moçambicano Leonel Jacinto Constance atua na Secretaria de Ensino Técnico-Profissional de Moçambique (SEETP). Ele conta que, embora seja formador (professor), trabalha na área de Administração e Recursos Humanos. Ele destaca que seu país enfrenta grandes desafios relacionados à necessidade de maior infraestrutura. “Temos laboratórios, mas não temos os maquinários e os produtos necessários para realizar experimentos. Temos o campo, mas falta essa outra parte”. Ele acredita que, com as experiências que vivenciaram no campus, poderão levar técnicas para Moçambique e tentar implementar com os recursos que possuem.

Leonel demonstrou grande entusiasmo com o que aprendeu até agora e relatou que, em Moçambique, já utilizam algumas das metodologias apresentadas pela professora Gisele, embora de forma empírica. Com os novos conhecimentos, poderão explorar mais possibilidades para captar a atenção e o interesse dos alunos nas atividades.

Na quarta-feira (27), o professor Vanderson Rabelo ministrou uma capacitação específica na área de irrigação. Ele explicou que o objetivo é equilibrar teoria e prática, maximizando o uso da infraestrutura disponível no campus para potencializar o aprendizado.

Durante o contato com os formadores, o professor ressaltou os desafios significativos enfrentados na agricultura, especialmente na área de irrigação, que exige recursos materiais. Contudo, Moçambique enfrenta limitações financeiras ainda mais severas que as do Brasil, tornando esses obstáculos ainda mais complexos.

WhatsApp Image 2024 11 25 at 20.17.30Na quinta e sexta-feira, as atividades práticas foram realizadas no setor de Mecanização Agrícola, sob a orientação dos professores Leonardo Rubim e Luiz Raats. A comitiva também participou de eventos culturais e acadêmicos, como a exposição de trabalhos da Semana da Consciência Negra, na Praça Antônio Carlos, e a Feira de Ciência, Tecnologia e Cultura, no Poliesportivo do campus. Os moçambicanos Leonel Jacinto Constance e Mateus Mamo Mulomba visitaram a Rádio Estação Cultura, onde concederam uma entrevista para compartilhar suas impressões sobre o campus, a cidade de Machado e as experiências que trazem de Moçambique. Mateus comentou que já visitou a Praça de Machado e assistiu à celebração das atividades da Consciência Negra no sábado. "Nos sentimos muito valorizados". Eles também experimentaram o famoso “pastel de fubá” e provaram a comida brasileira servida no refeitório do campus.

Mateus observou que o relevo do sul de Minas é muito semelhante à região onde mora em Moçambique, o que lhe trouxe familiaridade. Sobre a alimentação brasileira, destacou que está acostumado a consumir feijão como os brasileiros, mas algumas comidas foram novidades para ele.

Texto: Ascom/ IFSULDEMINAS - Campus Machado

Fotos: Divulgação

Recepção

 Capacitação e visita

 

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